Páginas

13 agosto 2025

candura com alma de demônio

Tenho em mim todas as versões de um mundo.
A vadia,
A criança.
A inocência,
A depravação.
O amor,
A indiferença.
A vingança,
O perdão. 

Seriam todas elas eu, senão reflexos do meu espelho quebrado quando já não me via mais nele. Deixei partir-se em cacos, e enfiei-os sob a carne e as unhas. Rasguei a pele e a alma por não sustentar a doçura e o ódio compartindo o mesmo pedaço.

Dentro de mim todas as versões de um mundo [que desconheço tão virtuosamente e o perverto cruelmente na mesma intensidade]
A beata,
A divina,
A sagrada,
A profana.

Bruxa do diabo, que corrompe o seu espírito e volta para alentá-lo.
Candura com áurea de demônio,
Ou o contrário vez ou outra.

Quem sou, se não tudo? E se sou tudo, então resumo a nada,
Sou o que quer que seja. 

[escrito 21 de agosto de 2024, mas ainda hoje assombra minh'alma]

Nenhum comentário:

Postar um comentário