Tenho em mim todas as versões de um mundo.
A vadia,
A criança.
A inocência,
A depravação.
O amor,
A indiferença.
A vingança,
O perdão.
Seriam todas elas eu, senão reflexos do meu espelho quebrado quando já não me via mais nele. Deixei partir-se em cacos, e enfiei-os sob a carne e as unhas. Rasguei a pele e a alma por não sustentar a doçura e o ódio compartindo o mesmo pedaço.
Dentro de mim todas as versões de um mundo [que desconheço tão virtuosamente e o perverto cruelmente na mesma intensidade]
A beata,
A divina,
A sagrada,
A profana.
Bruxa do diabo, que corrompe o seu espírito e volta para alentá-lo.
Candura com áurea de demônio,
Ou o contrário vez ou outra.
Quem sou, se não tudo? E se sou tudo, então resumo a nada,
Sou o que quer que seja.
[escrito 21 de agosto de 2024, mas ainda hoje assombra minh'alma]
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